Por água abaixo

Por água abaixo

Controle é uma palavra que cabe bem no meu dicionário. Controlo meus horários, minha agenda, minhas contas, meus e-mails. Faço semanalmente a lista do supermercado, checo a geladeira, bato ponto, registro  notas e reservo o datashow. A condução da empregada, o termômetro, a retirada das fraldas, o ponteiro da gasolina. Arrumar gavetas, doar roupas que não servem mais, guardar recibos, organizar a papelada.
Pois hoje eu brinquei de perder o controle. Desci dez vezes do toboágua, cada vez de um jeito: aos urros, sentada, com os braços pra cima, deitada, com a Bella no colo, agarrada no Léo, morrendo de rir, fazendo careta, fazendo pose, virando criança outra vez.
Eu que não sou muito dada a aventuras – não tenho a menor paixão por correr riscos e a última vez que andei de montanha-russa achei que meus neurônios fossem virar paçoca – amei descer de tuboágua no Praia Clube de Disneylândia, quer dizer, Uberlândia, misto de adrenalina e alegria correndo nas veias.
Mandei o controle por água abaixo. Literalmente.