Não tem preço

Aprendi a gostar de cachorro com a minha irmã Tatiana. Veterinária de mão cheia, especialista em ultrassonografia, acabou me dando três sobrinhos de estimação: Pipoca, Nick e Nina.
Apesar de paparicar igualmente os três, confesso minha predileção pela Pipoca: uma Bassê preta com olhos de gente, desses olhos de ternura e lealdade que matam a gente.
O Léo – bobo que não é – também já percebeu isso, e ontem soltou mais uma das suas. Foi dormir na casa da minha mãe, junto com a “Ta Tati” e os três cachorros, e me ligou de lá todo satisfeito:
– Mãe, vamos comprar a Pipoca? A Ta Tati vende pra gente!…
– É mesmo, Léo?! Por quanto?
Ele repassou a pergunta para a tia, que estava por perto:
– Quanto mesmo, Ta Tati?
– Não tem preço, Léo…
– Oba! É de graça, mãe!