E aí, arrumando umas gavetas, encontrei uma prece-poema que escrevi há quatro anos atrás. Independente do credo ou religião, acho que é sempre muito confortante conversar com Deus – seja qual for o seu Deus. Que bom que a gente pode contar com essa grande escuta principalmente quando a conversa gira em torno de temas tão universais e atemporais – como medo, tristeza, desalento, solidão.
Espero que você não precise. Mas como a vida não é perfeita, e às vezes dói muito, que pelo menos a gente não fique sem fala quando há muito a dizer. Taí o meu “Pai Nosso” singelamente reinventado, com todo o respeito.
“Pai Nosso que estais no céu”, olhai por mim. Cuida dos meus medos para que eles não se transformem em temores, abismos, terrores sem fim. Acende a sua luz, encontra o seu olhar protetor nos meus olhos cheios de dor. Clareia o escuro, faz-se ponte em meu caminho. Transforma o choro, a falta de compreensão em sinal de entendimento. Leva embora o que não é meu. Tira de mim o que eu não pedi pra viver. Toma conta de mim, seca essas lágrimas que embaçam os olhos, me envolve no seu manto de energia purificadora e divina. Faz do desencontro encontro. Do grito palavras de amor. “Perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”. Amém.