Linha do tempo

Linha do tempo

Sempre gostei de fazer aniversário. Sempre vi com bom grado e alegria a mudança de idade. Alguns números, de tão especiais e marcantes, recebi como se fossem flores: os 7 anos (orgulho de aprender a ler e escrever), os 14 (primeiro namorado), os 17 (não sei explicar por que, mas havia um brilho diferente naquela data), os 22 (a felicidade do casamento), os 24 (vestibular para psicologia: “passeeeeeeeeeei!!!”), os 28 (a emoção do primeiro filho), os 32 (“é uma menina!!!”), o hoje, o amanhã, o depois…

Mas, como nem tudo são flores, comemorei os meus 25 com um certo estranhamento. As fotos mostram um olhar meio sem graça, habitado por uma tristeza que eu não soube explicar. Hoje talvez eu compreenda melhor: havia um ultrassom de mama para fazer dois dias depois do aniversário, por causa de um pequeno nódulo que graças a Deus não era nada. (Talvez seja isso, troquei a animação por preocupação…)
Mas acho que ainda posso formular uma pequena tese sobre os 25, em homenagem à minha querida sobrinha Carol (geminiana como eu), que vive hoje exatamente as agruras (ou será doçuras?) desta idade, e me pediu um post sobre o assunto.
Quem já passou pelos 25 não sei se vai concordar comigo, mas me soa como uma indefinida transição, o meio de um caminho um tanto quanto inquietante e angustiante: você já não tem mais 20 e ainda não chegou aos 30. Não é mais adolescente e tampouco senhora. Mas tem 25, um quarto de século, metade de 50, hora de trabalhar, encontrar o amor, se decidir sobre um tanto de coisas, inclusive se casa ou compra uma bicicleta. Ufa, quanta seriedade nestes 25!…
Sim, Carol, os 25 vão passar logo, daqui a pouco já serão 26, mais um pouco você será uma bela balzaquiana, irradiando luz do alto dos seus 30 anos.
Mas não se apresse, menina. Apesar dos espinhos, há beleza e perfume nos 25. Como dizem Roberto e Erasmo na linda canção entoada pelos Titãs, “É preciso saber viver”.